segunda-feira, outubro 17, 2011

Entrevista - Engenheira de Produção do SEBRAE-RN

Luana Oliveira, 30 anos, natural de Brasília, Engenheira de Produção do SEBRAE formada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

1. Qual sua visão a respeito da engenharia de produção e como ela se diferencia das demais?

A engenharia de produção se diferencia das demais pela sua abordagem na gestão dos processos das outras engenharias. Pode-se dizer que é menos “técnica” e é a mais “humana” das engenharias.


2. O que te influenciou a optar pela engenharia de produção?

Principalmente pela abrangência de possibilidades de atuação.


3. Engenharia de Produção é um curso relativamente novo. O mercado já conseguiu absorver esse profissional?

Sim, principalmente no setor industrial (grandes indústrias). Eu não percebo atuação marcante de engenheiros de produção no setor de serviços.


4. De maneira geral, onde os profissionais desta área podem atuar em nossa região?

A formação do engenheiro de produção permite atuação em todos os setores, mas no RN acredito que a indústria de petróleo, confecções, alimentos e bebidas empregam mais engenheiros de produção.


5. Quais características/capacidades o mercado espera de um engenheiro de produção?

Dinamismo (capacidade de resolver problemas), proatividade e conhecimento a respeito de gestão de processos e pessoas.


6. Quais benefícios o engenheiro de produção trás aos processos produtivos de uma empresa?

Na atuação na área de gerenciamento de processos produtivos, o engenheiro de produção transforma os dados (obtidos pelo monitoramento e controle das etapas do processo) em indicadores que subsidiam os tomadores de decisão a alcançar processos cada vez mais eficientes e eficazes.


7. Como surgiu a oportunidade de emprego na empresa onde trabalha atualmente?

Concurso público para trainee por tempo determinado (2 anos) e depois fui efetivada como funcionária por tempo indeterminado.


8. Qual é sua função na organização a qual faz parte, o que faz?

Sou gestora de projetos. Sou responsável pela gestão, monitoramento dos mesmos e também pela execução das ações previstas nesses projetos.


9. Quais problemas mais comuns que você tem que solucionar no dia-a-dia do seu trabalho?

Buscar e operacionalizar alternativas de solução para desvios de previsão nos projetos, ou seja, buscar soluções para situações que divergem do previsto.


10. Ao desenvolver suas tarefas, sente que usa conhecimentos adquiridos na sua vida acadêmica? Exemplifique.

Sim. Posso citar dois exemplos. O primeiro, uso algumas ferramentas ou conceitos de gestão para gerir os projetos que sou responsável. Segundo, trabalho com projetos de desenvolvimento, em que uma das principais ações é a realização de consultorias tecnológicas em indústrias. A instituição em que trabalho contrata consultores para execução dessas consultorias. Os conhecimentos da vida acadêmica baseiam o meu trabalho de análise das propostas de consultoria e de monitoramento das mesmas.

segunda-feira, outubro 10, 2011

Entrevista - Planejamento e Integração das Atividades

Nilton Toledo, professor do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica – USP, fala sobre o papel do Engenheiro de Produção.



Como o engenheiro de produção transita na área de estratégia nas organizações?
NT – Considerando o exemplo de uma organização manufatureira, ele tem como áreas estratégicas: Projeto do produto, Projeto do processo, Planejamento e Controle da produção, Controle da qualidade, Produção e Manutenção. O engenheiro de produção pode exercer função em qualquer uma dessas áreas. Nos processos de fabricação, produção e manutenção, deve-se contar com engenheiros de competências técnicas específicas.
O engenheiro de produção integra essas áreas com as que estão sob seu comando, tais como: Recursos humanos, Finanças, Compras, Marketing, Vendas, Distribuição física etc.


Quais os diferenciais na formação do engenheiro de produção que podem contribuir para a atuação nessa área?
NT – O planejamento estratégico nas empresas só tem sucesso se a metodologia usada for adequada e contar com a participação de toda a comunidade da organização. Quem conhece os pontos fortes e os fracos, as ameaças e as oportunidades são as pessoas que labutam dia-a-dia. Pela própria formação e atribuições que lhe cabem na organização, principalmente na integração das atividades, o engenheiro de produção tem papel fundamental e pode contribuir significativamente na elaboração do plano. A formulação de estratégias deve fluir de toda a comunidade, mas a interpretação das sugestões deve ser feita pelo engenheiro de produção.

Como as decisões estratégicas podem influenciar nos rumos das instituições?
NT – As decisões estratégicas têm, naturalmente, uma influência preponderante no destino da organização. Para exemplificar, relato o seguinte:
Uma grande empresa de produtos de consumo atendia a uma faixa significativa do mercado. Mas seus administradores pensavam que seus produtos estavam “cansados”, que seus processos estavam obsoletos e seus executivos, desmotivados. Os administradores achavam que a empresa vivia um mau momento. Com a participação de todos os funcionários e colaboradores, elaborou-se um planejamento estratégico com metodologia adequada e chegou-se a um diagnóstico completamente distinto.
Esse diagnóstico apresentava uma visão completamente diferente da inicial. Concluía: “nossos produtos são bons, temos uma ótima distribuidora e contamos com a confiança de nossos clientes!”

Dado esse diagnóstico, a empresa estava pronta para uma tomada de decisão?
NT – Precisamente, a decisão de ampliar a linha de produtos já existentes e manter as marcas bem-sucedidas. Assim, a linha de sabonetes teve como complemento, xampus, desodorantes, perfumes e cremes hidratantes; a linha de sabões em pedra foi complementada com sabões em pó, desinfetantes e detergentes.
Executado o plano, dobrou-se o faturamento.
Podemos concluir que o conhecimento dos pontos fortes levou a direções diferentes do rumo tradicional que a organização seguia até então.

Fonte: Engproducaoemfoco.blogspot, publicada no dia 09/01/11.

Entrevista com Engenheiro de Produção

Sr. Mauricio A Neves , 37 anos , formado em Engenharia Mecânica pela UFBA

1. Em que a Engenharia de Produção se diferencia das outras?
Caracteristicamente a Engenharia de Produção é focada na gestão de processos. Ao contrário das outras engenharias (Mecânica, Química, Elétrica, etc) que são mais técnicas, específicas, a engenharia de produção tende a ser mais generalista. O profissional formado em Engenharia de Produção deve ter uma visão sistêmica da organização, do negócio, capaz de identificar o início, meio e fim de cada processo que compõe a organização. É o que chamamos de visão "do todo".

2. De uma maneira geral, onde encontramos o profissional dessa área?
Praticamente em todas as organização o uso da engenharia de produção é factível, entre elas: rede de hotéis, restaurantes, supermercados, empresas de transportes de cargas e passageiros, indústrias, agropecuária, etc.

3. Por causa de suas características, o engenheiro de produção trabalha com várias outras ciências que não são típicas da Engenharia. Que áreas são essas? 
Ciências relacionadas à Gestão de pessoas, liderança, marketing, vendas, holística, qualidade, segurança e meio ambiente, sustentabilidade social, etc.

4. Engenharia de Produção é um curso relativamente novo. O mercado já conseguiu absorver esse profissional?
Com certeza! Principalmente as indústrias.

5. Onde estão trabalhando, hoje, os engenheiros de produção? 
A maioria em organizações industriais. Entretanto, existem empresas de prestações de serviços que já contemplam profissionais dessa formação em seus quadros de funcionários. Mas a área de serviços mostra grande potencial de contratações.

6. O engenheiro de produção não se confunde com o economista?
Diria que ele tem um pouco do economista. Atualmente o aspecto econômico e financeiro é, sem dúvida, agente balizador nos processos decisórios, seja qual for a formação do gestor. Entretanto, o Eng. de Produção busca também conciliar custos com qualidade, prazos de entrega e pessoas. Esses trade-offs são uma constante no dia a dia do engenheiro.

7. Qual deve ser o papel da engenharia de produção na responsabilidades social das empresas?
Engenharia competitiva e sustentável está diretamente relacionada à sustentabilidade social. A excelência dos processos está diretamente ligada à forma como os processos são desenvolvidos e como interagem com o ser humano. A preocupação com doenças ocupacionais, ergonomia, qualidade de vida vem sendo amplamente discutida pelas organizações. A Eng. de Produção deve assumir a posição de agente multiplicador dessas práticas e, ainda, como agente impulsionador nde novas políticas.

8.Levando em consideração que o curso de engenharia de produção é um curso novo , mais que vem crescendo nos últimos anos. Na sua opnião é preciso ser realizadas mudanças nos cursos para que se adaptem as novas exigências do mercado?
Sim. Acredito que a inclusão de disciplinas diversas relacionadas com gestão de pessoas é um item que precisa ser estudado pelas escolas. Hoje em dia o conhecimento técnico é muito importante. Maior ainda é a importância e a valorização de funcionários que têem habilidades de trabalho em equipe e coordenação de grupos. Estou falando de habilidades interativas

9.Qual deve ser o perfil do engenheiro de produção em uma economia globalizada?
Fluência em inglês e conhecimento de alguma outra língua.Habilidades estatísticas.Capacidade analíticas.Visão sistêmica.Foco em resultados.Postura e desenvoltura com grupos de trabalho.Trabalho em equipe.Conhecimentos gerais (maiores economias, influências políticas, culturas locais).

Fonte: Engenharia.spaceblog, publicada no dia 23/05/08.

 
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