Engenharia do Produto


A engenharia do produto abrange, dentro da engenharia de produção, o conceito de desenvolvimento de produtos. De acordo com CHIAVENATO (2005), denomina-se desenvolvimento de produtos a área que cuida de todos os estudos e pesquisa sobre criação, adaptação, melhorias e aprimoramento dos produtos produzidos pela empresa. 

Dentro da engenharia do produto tem-se a gestão do desenvolvimento de produtos, o processo de desenvolvimento de produtos e o planejamento e projeto do produto.
A gestão do desenvolvimento de produtos (GDP) se refere ao conjunto de processos, tarefas e atividades de planejamento, organização, decisão e ação envolvidos para que o sistema considerado alcance os resultados de sucesso esperados. (CHENG & FILHO, 2007).
O processo de desenvolvimento de produtos (PDP) é um processo que parte das necessidades/conceito do consumidor e termina com a tradução desse conceito em uma especificação de algo que possa ser produzido. Cabe ao PDP desenvolver produtos que atendam às expectativas do mercado em termos de qualidade; que sejam introduzidos no mercado no tempo adequado e de forma mais rápida que os concorrentes; e a um custo do desenvolvimento e da manufatura do produto compatível com o orçamento e os custos alvo. (TOLEDO, 2000).
E por fim um projeto é um empreendimento temporário ou uma seqüência de atividades com começo, meio e fim programados, que tem por objetivo fornecer um produto ou serviço singular, dentro de restrições orçamentárias; e seu desempenho é avaliado pela medida em que essas três variáveis são atendidas. (MAXIMIANO, 2009)
KRISHNAN E ULRICH (2001) definem que a atividade de desenvolvimento, planejamento e projeto de um novo produto não é simples e nem direta, ela requer pesquisa, planejamento cuidadoso, controle meticuloso e, mais importante, o uso de métodos sistemáticos.


Aplicações


O artigo buscou fazer um comparativo entre duas empresas líderes de mercado do ramo de materiais de construção: A Cecrisa (indústria que produz porcelanatos e revestimentos cerâmicos), e a Tigre (Indústria que fabrica tubos, conexões e acessórios hidráulicos).
O estudo constatou uma prática atualizada da gestão do desenvolvimento do produto em relação à literatura e um processo e estrutura formais e organizados. A GDP é basicamente dividida em pré-desenvolvimento, desenvolvimento e pós-desenvolvimento de um produto.
Dentro das etapas de desenvolvimento de produto, segundo KRISHNAN E ULRICH (2001), o pré-desenvolvimento de um produto resume-se na identificação do consumidor final, priorização e descarte de projetos, como também uma boa integração da equipe com membros de diferentes áreas na empresa. Dentro do desenvolvimento do produto, a soma do maior numero de informações como escopo detalhado do produto e suas variações são essenciais para a formação do conceito do produto; após esta etapa é feita a seleção de fornecedores das tecnologias e equipamentos necessários para o processo de produção. O projeto do produto, assim como seu teste e lançamento são feitos pela Cecrisa e Tigre de maneiras um pouco diferentes, onde a Tigre realiza lançamento interno do produto e quarentena para o desenvolvimento da assistência técnica, já a Cecrisa faz o lançamento interno somente após o externo. A etapa de pós-desenvolvimento de um produto é tão importante quanto as outras etapas pois é onde se busca o aprendizado para melhoria do desempenho em futuros projetos, para aprimoramento ou inovação de produtos.



O estudo mostra como a Toyota utiliza o seu processo de desenvolvimento de novos produtos para que as empresas brasileiras utilizem como base para desenvolver seus produtos, visto que as industrias aqui instaladas possuem dificuldades de realização de produtos competitivos mundialmente.
O sistema Lean traz como uma de suas feramentas a utilização da engenharia simultânea baseada em conjuntos em substituição a engenharia simultânea. Esse processo explora simultaneamente várias possibilidades de solução para os diferentes subsistemas e, gradualmente, elimina as mais fracas até convergir para a solução final, retardando a decisão até que o nível de maturidade do projeto permita tomá-la com o menor risco possível. (KENNEDY, 2003).
O desenvolvimento Lean utilizado pela Toyota propõe uma visão mais orgânica do PDP, com a máxima simplificação e mínima formalização do processo, práticas de gestão visual, valorização do trabalho dos times e incentivo à experimentação e aprendizagem. (ROZENFELD, 2006)
Para BROWNING (2000), o foco é realizar as atividades necessárias e que agregam valor, e eliminar atividades desnecessárias e o uso de informação errada ou incompleta, que implicam em retrabalhos.

Referências

BROWNING, T. R. Value-Based Product Development: refocusing lean.  Engineering Management Journal, 2000.
CHENG, L. C. E FILHO, L. D. R. M. QFD. Desdobramento da função qualidade na gestão de desenvolvimento de produtos. São Paulo: Editora Blucher, 2007.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
KENNEDY, M. N.  Product Development for the Lean Enterprise: why Toyota’s system is four times more productive and how you can implement. Richmond, VA: The Oaklea Press, ed. 2003.
KRISHNAN, V., & ULRICH, K. T. Product development decisions: a review of the literature. Management Science, 2001.
MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Administração de Projetos: Como transformar idéias em resultados. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2009.
ROZENFELD. H. et al.  Gestão de Desenvolvimento de Produtos: uma referência para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva, 2006.
TOLEDO, J. C. Gestão do processo de desenvolvimento de produto. 2000.

 
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