Engenharia Organizacional


Uma das grandes questões que as organizações enfrentam a todo momento é a adequação de sua estrutura funcional ás necessidades operacionais, administrativas e gerenciais. Organizações que não se atualizam ou funcionam de forma desregulada, com superposição ou indefinição de papéis e responsabilidades certamente desperdiçam recursos, são ineficientes, além de dificultar a responsabilização de seus agentes nos insucessos. 

A obsolescência é uma ameaça sempre presente, principalmente neste mundo altamente conectado e com velocidades vertiginosas de trocas de informação. Esta situação traz a complexidade de identificar quais processos, práticas, regulamentações, tecnologias, ferramentas se ajustam à organização e em que momento devem ser aplicadas ou são exigidas.
Uma afirmação muito comum é a de que "sempre funcionou assim", para justificar a inação. Nenhuma organização, por mais antiga, poderosa ou reconhecida que seja, resiste a mudanças periódicas para atender ao contexto sobre o qual atua. 
A Engenharia Organizacional é a ferramenta que permite aos executivos, que precisam redesenhar as estruturas funcionais das entidades que dirigem, realizar a tarefa de modernização organizacional.

Gestão Estratégica e Organizacional

Gestão Estratégica de uma Organização é a arte de alcançar resultados. Ao interpretar eventos que ocorrem no ambiente competitivo, o profissional exerce uma de suas principais funções: Gerar opções e recomendações para os tomadores de decisão. 
A análise do ambiente concorrencial permite a empresa definir estratégias para se destacar da concorrência, enxergar alternativas além do óbvio e achar caminhos criativos e idéias inovadoras para gerar um diferencial competitivo.

Gestão de Projetos

Um projeto é um empreendimento único, com início e fim definidos, que utiliza recursos limitados e é conduzido por pessoas, visando atingir metas e objetivos pré-definidos estabelecidos dentro de parâmetros de prazo, custo e qualidade. 
Para atingir o sucesso em projetos é preciso balancear as expectativas dos interessados aos recursos disponíveis, utilizando conceitos, ferramentas e técnicas para obter a excelência no gerenciamento de projetos.
O sucesso na gestão de um projeto está relacionado ao alcance dos seguintes objetivos: entrega dentro do prazo previsto, dentro do custo orçado, com nível de desempenho adequado, aceitação pelo cliente, atendimento de forma controlada às mudanças de escopo e respeito à cultura da organização.

Gestão do Desempenho Organizacional


A Gestão do Desempenho Organizacional consiste em medir e comparar resultados, e a partir daí executar possíveis ações corretivas. Com objetivo de que a organização trabalhe de forma ótima, tornando-a mais eficiente.

O primeiro passo para a medição do desempenho organizacional é o planejamento estratégico, ou seja, estabelecer objetivos, diretrizes, metas e estratégias.
Esse objetivo não pode ser superestimado, para que possam ser alcançados, nem podem ser subestimados, uma vez que, se facilmente alcançados, haverá um “relaxamento” por parte dos trabalhadores. Resumindo, os objetivos devem ser desafiador, buscando uma melhora continua do desempenho, mas deve ser real.
Com o planejamento estratégico em mãos, é possível e necessário medir e comparar o desempenho da organização e de seus subsistemas.
Existem várias ferramentas para a comparação de resultados como o Balanced Scorecard e o Benchmarking.
É importante que a análise dessas medições seja feita de forma imparcial para evitar falhar de avaliação como:
  • Efeito Hallo – Ocorre quando o avaliador prioriza determinado característica de desempenho em relação as demais.
  • Efeito Central – Ocorre quando o avaliador não atribui valores extremados, e por isso opta por valores de centro. Para evitar essa falha pode se optar por escalas com opções pares.
  • Efeito Complacência ou Rigor – É exatamente o contrário do que ocorre no Efeito Central. O avaliador sempre atribui valores extremados, ou muito bons ou muito ruins.
  • Efeito Preconceito Pessoal – Ocorre quando o avaliador distorce o resultado simplesmente por preconceito pessoal.
  • Efeito Recenticidade – Ocorre quando o avaliador analisa o desempenho com relação apenas os resultados mais recentes.

Redes de Empresas

No atual mundo globalizado não há espaços para organizações fracas e locais, uma vez que, a cada dia que passa mais empresas entram no mesmo mercado e tornam o mercado ainda mais acirrado.
Uma ótima maneira para a sobrevivência e fortalecimento da organização é a fazer parcerias e associações com outras empresas.
Os motivos que levam a criação dessa parcerias são muitos. Pode ser criadas para se defender de concorrentes, ganhar conhecimentos e tecnologias, obtenção de economia de escala, fixação da marca, aumentar a competitividade e velocidade no desenvolvimento de produtos ou até mesmo para superar barreiras alfandegárias.
Mas essas parcerias não podem ser feitas por um simples desejo dos diretores das organizações. A associação das organizações deve estar no plano estratégico de ambas as empresas, caso contrário a rede criada entre as empresas corre um grande risco de não ter o desempenho desejado e acabar sendo desfeita. 
Existem dois tipos de tipos de redes de empresas, as Redes Topdown e as Redes Horizontais. A primeira ocorre quando Pequenas e médias empresas se tornam fornecedoras de uma empresa mãe, o que pode levar a uma grande dependência dessas empresas de menor porte, uma vez que algumas dessas organizações produzem quase que unicamente para a “empresa mãe”. A segunda consiste na associação de empresas com porte similares, do mesmo segmento e com competências complementares, gerando um benefício mútuo.

Gestão da Informação

Segundo Greewood, referido por Cautela e Polioni (1982), A informação é considerada como o ingrediente básico do qual dependem os processos de decisão. Já para Zorrinho (1995), Informação é tudo o que reduz a incerteza. Ou seja, o engenheiro de produção deve utilizar as informações para auxiliar no seu processo de tomada de decisão.
Coletar dados, não é gerir informação. Esses dados precisarão ser analisados e interpretados para finalmente virarem informação. A partir das informações obtidas é possível extrair conhecimento.
A informação e o conhecimento substituíram o capital e o trabalho como fatores decisivos no sucesso empresarial, ou seja, hoje em dia que consegue êxito no mundo empresaria é quem tem as informações e conhecimentos adequados, e não quem tem mais capital e trabalho.
Porém nem toda informação é importante ou vital para as organizações. Para que a informação seja eficaz é necessário que ela seja relevante, precisa, transmitida no tempo certo para o local correto; e que tenha qualidade suficiente e custo apropriado.
A Gestão da Informação tem como objetivo detecta novas oportunidades, criar vantagens competitivas, defender a organização de ameaças provenientes da concorrência e auxiliar na tomada de decisões.

Gestão do Conhecimento

A gestão de conhecimento vem recebendo mais atenção nos últimos anos nas empresas, visto que as pessoas estão se aposentando e não estão passando seus conhecimentos para as pessoas que estão entrando na empresa. Essa preocupação é devido aquele funcionário que está saindo e já tem muita experiência em lidar com os problemas que surgem na empresa, situação inversa àquele que está iniciando. 
Existem dois tipos de conhecimento: o tácito e o explícito. O conhecimento tácito é aquele que não é passado, a pessoa aprende e não consegue passar. Como exemplos: um craque de futebol se destaca em uma partida; um artista de sucesso se mantém no topo naquilo que faz; um alto executivo consegue levar uma empresa a resultados fabulosos, dentre outros exemplos possíveis. Ou seja, como você faz alguma coisa que só você faz, ou o faz acima da média, sem nem mesmo saber muito bem como fez, praticamente sem explicação. O conhecimento explícito já é aquele conhecimento que pode ser passado, através de gramáticas, orientações, livros de receitas, enciclopédias, manuais, aulas, e–mails, textos e outras formas. Então, entendemos que o conhecimento explícito é como aprendemos a cozinhar, usar o computador, dirigir, preparar um relatório, gerenciar um projeto, baixar música na internet etc. Isto é, aquelas coisas que alguém, em algum momento, explicou, comentou, escreveu, publicou, ensinou e tornou público, ao alcance de todos.
Ele está ligado a várias outras áreas entre as quais, a gestão estratégica, a teoria das organizações, os sistemas de informação, a gestão da tecnologia e inovação, o marketing, a economia, a psicologia, a sociologia, e outras.
Entre as diversas vantagens de uma boa gestão de conhecimento, reconhecem-se as seguintes: 
  • Vantagem competitiva em relação à concorrência 
  • Redução dos custos e tempo de produção e desenvolvimento de produtos 
  • Rápida comercialização de novos produtos 
  • Aumento do valor das ações 
  • Maximização do capital intelectual/ativos intelectuais 
  • Melhoria dos processos internos e maior fluidez nas operações 
  • Processos de tomada de decisões mais eficientes e melhores resultados 
  • Melhoria na coordenação de esforços entre unidades de negócios 
  • Melhoria da prestação de serviços (agilidade), da qualidade dos produtos e da qualidade do serviço cliente 
A gestão do conhecimento tem como objetivos: 
  • Tornar acessíveis grandes quantidades de informação organizacional, compartilhando as melhores práticas e tecnologias; 
  • Permitir a identificação e mapeamento dos ativos de conhecimento e informações ligados a qualquer organização, seja ela com ou sem fins lucrativos (Memória Organizacional); 
  • Apoiar a geração de novos conhecimentos, propiciando o estabelecimento de vantagens competitivas. 
  • Dar vida aos dados tornando-os utilizáveis e úteis transformando-os em informação essencial ao nosso desenvolvimento pessoal e comunitário. 
  • Organiza e acrescenta lógica aos dados de forma a torná-los compreensíveis. 
  • Aumentar a competitividade da organização através da valorização de seus bens intangíveis. 
Muitos Autores defendem a não existência da gestão de conhecimento como é o caso do professor Carlos Nepomuceno em seu artigo “Não existe gestão do conhecimento. É um mito.” Segundo sua primeira afirmação só é possível fazer a gestão de algo concreto. Como conhecimento é algo abstrato é muito difícil você administrar algo abstrato. Sua segunda afirmação não faz-se gestão de algo que pode vir a ser, nem do futuro, nem do que passou, como o passado. Não é possível assim administrar sonhos, ideias, e conhecimento. Essa segunda só vem pra reforçar a primeira, de que não é possível administrar o conhecimento. 

Gestão de Tecnologia 

A tecnologia vem a cada instante se transformando, descobrindo produtos mais eficientes para o seu uso. Ela é uma ferramenta fundamental para nossas vidas, pois ela torna mais fácil a resolução de problemas que um engenheiro enfrentará, e muito, na sua vida profissional. 
Segundo uma pesquisa realizada pela Massachusetts Institute of Technology (MIT), afirma que daqui a dez anos 70% da tecnologia que estaremos usando ainda não foi inventada. Então vemos que a tecnologia está numa constante mudança, ela se transforma a cada instante, criando novos aparelhos, remédios, produtos ferramentas e outras. Cada vez mais eficientes. 
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), é um setor muito importante nas empresas, pois ela se preocupa em fazer pesquisas com o produto da empresa para encontrar novas formas de melhorar o produto, que depois parte para o desenvolvimento desse novo produto. Muitas empresas investem muito nesse setor, pois ele é muito inovador, a partir dele surgem grandes idéias que trazem muito lucro a empresa e mantém-a no mercado. Então esse setor é fundamental na empresa. 
A tecnologia será fundamental na vida do engenheiro graças a criação de software cada vez mais eficientes, tornando mais rápido e simples a criação de projetos. 


Gestão de Inovação


A inovação é fundamental na empresa, pois é através dela que ela continuará no mercado, mantendo sua competitividade com as outras empresas. Hoje as empresas se preocupam, e muito, com essa parte de inovação, pois quanto mais inovadora for a empresa mais ela terá perante as outras. Sendo um pouco arcaico o mercado seria como uma selva onde somente os mais fortes sobrevivem. 
A Investigação e Desenvolvimento (I&D) é uma parte fundamental na indústria, pois dali sairão grandes inovações para o produto, desde produtos mais novos ou o melhoramento daquele produto; havendo preocupando na redução do custo e criação de valor. Uma inovação só terá sucesso se o valor criado com ela for superior aos custos incorridos no seu desenvolvimento.
“Inovar ou Morrer” é uma célebre frase muito aplicada ao mundo empresarial. Ela mostra realmente o que acontece no mercado: se o empresário não inovar, conseqüentemente sua empresa vai à falência. Ela mostra a realidade do mercado.
Para inovar e aumentar a sua competitividade a empresa deve: 
Incentivar criatividade e experimentação: deve proporcionar aos seus colaboradores um ambiente onde estes possam desenvolver e partilhar ideias; sair de um paradigma estático. 
Investir em novas tecnologias, I&D e melhorias: ao usarem vantagens do que mais recente existe a nível tecnológico no mercado nos diversos sectores de atividade, isto é, a empresa não deve apenas investir no desenvolvimento de novos produtos, mas também melhorar os processos e produtos existentes; a empresa tem assim melhores hipóteses de se impor num mercado em evolução. 
Percebemos que a inovação está ligada principalmente a engenharia de qualidade, a gestão de conhecimento e tecnologia. Com a inovação de um produto você melhora a qualidade dele, conseqüentemente melhora a tecnologia do produto e é necessário do conhecimento para esse feito. Então tudo se conecta na inovação de um produto.

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